I. Introdução

Eu acredito em muitas aparições de Nossa Senhora!
Esta afirmação, que pode causar escândalo por partir de um pretenso teólogo, ainda mais dentro de um Instituto de Teologia
[1], com certeza influirá neste trabalho. Não pretendo ser tendencioso a ponto de fechar a mente para qualquer aspecto útil a um bom discernimento, venha este da ciência ou do Magistério da Igreja. Mas também não pretendo negar a possibilidade de o amor de Deus se manifestar na forma misteriosa de aparições. Deus transcende nossa capacidade racional; querer reduzi-Lo à razão humana é negar o próprio Deus.
Não só acredito em muitas aparições de Nossa Senhora, como posso dizer que sou “filho de Mediugórie”, ou seja, senti minha vocação sacerdotal emergir a partir das mensagens vinda da antiga Iugoslávia. Superando toda a racionalidade que guiou minha vida por aproximadamente 25 anos, permiti-me experienciar o amor de Deus como nunca antes.
A devoção intensa a Maria levou-me, pouco a pouco, a uma doação a Jesus e, por fim, à Trindade. Creio ser esse o percurso de todo aquele que vive as mensagens difundidas a partir das aparições: de Maria para Jesus; das mensagens para o Evangelho.
Negar a possibilidade das aparições de Nossa Senhora é, para mim, “cuspir no prato em que comi”, é negar a minha própria vocação.

Eu que cri para compreender, com este trabalho quero compreender para continuar a crer.

[1] Este trabalho foi apresentado na Disciplina de Mariologia, do IFITEPS, em 2001.